quinta-feira, 25 de junho de 2009
Favos de mel
Respiro devagar e deixo-me divagar num pensamento que se arrasta com com alguma serenidade.
De repente, enquanto falo contigo é como se a mão de Deus pousasse no meu ombro e eu me sentisse confortada na imensidão fastidiosa dos dias comuns.
Nesta aura de azul celeste e branco, fecho os olhos.
Embala-me essa voz de açucenas e travo a favos de mel.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Inspiração sintética
Conheceram-se há 55 anos. Criaram os filhos com dedicação. Vieram os netos… a criançada a revirar a casa. Os anos passaram. Resolveram tirar uns dias para reviver velhos tempos. Era final de Outubro.
Rumaram ao Gerês. Na chegada, a atmosfera exalava um odor de folhas vermelhas e alaranjadas. No quarto com vista para o rio a paisagem parecia robusta mas delicada. Era um fresco acabado de pintar. Acordavam cedo. Tomavam o pequeno-almoço na esplanada. Sorriam um ao outro. Depois saíam a redescobrir os trilhos que há anos haviam explorado. Reviviam percursos de vida.
Regressavam à noite, esgotados. As luzes quentes que emanavam da Pousada convidavam-nos a sentar à lareira e beber um vinho maduro. No final do dia, abraçados, sonhavam com a reencarnação deste amor, neste local de ternas recordações.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
É quando leio o teu rosto
Que percebo a candura da vida
E que só sinto ternura
Se me iluminares todas as manhãs
Com a tua doce presença
E o teu (mais que tudo) sorriso
Como é bom acordar!