sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Adoro dar-te aquele bom dia

Adoro dar-te aquele bom dia
Recheado de amor, bem gostoso,
Debaixo dos cobertores.

Adoro acordar-te pela manhã
Ronronando ao teu ouvido,
Espreguiçando lentamente o meu corpo no teu,
Fazendo aquela suave pressão
Nas tuas pernas e no teu peito.

Adoro roçar a minha pele na tua,
As nossas peles que exalam um calor semi-adormecido
Com uma ternura palpitante e premente.

Adoro percorrer-te então o corpo com beijos
Subindo do peito ao pescoço,
Do pescoço ao queixo,
E do queixo aos teus lábios sequiosos de miminhos.

Adoro, então, quando acordas
E dizemos em unissono 'bom dia'
É, então, que os nossos corpos se recebem
Prontos a festejar um novo dia.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Medo

Agarro a caneta
Como se ela fora tudo
O que houvesse na vida
A preservar
Como se sem ela
Se perdesse o momento
E sem a sua tinta
Se dispersasse o pensamento
A emoção e o pranto
Por becos frios e escuros
Sem causa de dor ou espanto.

Escondo-me nas palavras
E escrevo-te
Como se estivesse agora
Fora de mim
E os sentimentos
Não fossem difusos
E estas lágrimas
Não corressem confusas
E o meu coração
Não batesse por ti.

E neste engano envolvente
Do que de errado sinto mais honroso
Guardo nestas linhas um segredo
Feito de teimosia permanente
A roçar o triste e tenobroso
Sentimento que é o medo.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Faz-me mulher!

Faz-me gritar bem alto
Até a voz me doer
E a garganta latejar naquele assalto
perpetrado pelo nosso querer

Faz-me consolidar a espuma
que enleva a minha embebe condição de mulher
e nos braços do homem que amo
faz-me firme, crescer, crescer!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Dura ausência de ti que peno!

Dura ausência de ti
Que peno!

Que faço deste abraço sôfrego
Que te não dou?

Onde guardo meus sorrisos
Sem teu peito
Ou meus suspiros
Sem nosso leito?

???

Quero o teu beijo...
não mo dás?
Quero-te aqui...
Porque não estás??

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Eis a verdadeira dimensão de estar contigo...

Um dia azul,
Uma brisa suave
E o teu sorriso

Ver-te nesse emaranhado de mimos
Em que te desfazes para perpetuar
no meu corpo e sangue
a energia e a loucura do nosso amor

E depois...
O silêncio
E, no espasmo, a gargalhada,
O riso franco
A justa palavra e "Amo-te"

Eis a verdadeira dimensão de estar contigo...
Essência natural do meu corpo que te deseja
E da minha alma que te idolatra.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

A nosso favor

A nosso favor
As paredes que frias aquecem
Cúmplices do murmúrio do refúgio amante
Que da vida corrente teima em chegar
E como num barco errante
Fazemos a aventura recomeçar.

domingo, 29 de junho de 2008

Se os meus versos fossem...

Se os meus versos fossem passos
Seriam a tua presença

Se os meus versos fossem ternura
Seriam o teu olhar

Se os meus versos fossem medolia
Seriam a tua voz

Se os meus versos fossem doçura
Seriam o teu beijo

Se os meus versos fossem translúcidos
Seriam o teu carácter

Se os meus versos fossem amor
Seriam a nossa alma

Mas como não são mais que meros poemas,
Pensamentos e sentimentos que são vida minha,
Faço destes meus,
Versos teus.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Se há melodia que me enternece

Se há melodia que me enternece
são essas notas perfeitas que florescem do teu sorriso
e a singular afinação do teu olhar
sobre a rigidez do dia e a cumplicidade do anoitecer.

domingo, 30 de março de 2008

Este amor sem limites

Este amor sem limites
acima do real perceptível
acima do suposto sensível
é cada vez mais nosso
cada vez mais consciente e puro

sinto-o forte além das minhas forças
sei-o paradoxalmente verde e maduro

quarta-feira, 26 de março de 2008

Pecado de mim

Pecado de mim
que te entranhas na minha carne
e me profanas o sangue
Dissiminas teu sabor
dás-te com tal ardor
que nem sei se emana de mim ou de ti
este pulsar efervescente
que rebenta dentro de nós

segunda-feira, 24 de março de 2008

Entre quatro paredes

Entre quatro paredes
Anseio repousar o olhar no infinito
Sem amarras e ânsias de liberdade
Quero estar nessa dimensão
Onde a resposta sou eu e todo o mundo

Entre quatro paredes
Tenho uma razão para procurar o paraíso
E uma vontade para que fique onde está
Onde se possa voltar sempre
E ao regressar fechar a porta
E ninguém mais entrar

Entre quatro paredes
Há um sopro de ímpetos reprimidos
Gritos que não se soltam
E correntes que dilaceram a alma
Há vontade de morder e chorar
Cerrar os dentes e finalmente parar

Entre quatro paredes
De tantos sítios entre tanta gente
Há mil e uma razões para estar no deserto
Descer às origens
Findar a existência junto ao grão de areia