sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Medo

Agarro a caneta
Como se ela fora tudo
O que houvesse na vida
A preservar
Como se sem ela
Se perdesse o momento
E sem a sua tinta
Se dispersasse o pensamento
A emoção e o pranto
Por becos frios e escuros
Sem causa de dor ou espanto.

Escondo-me nas palavras
E escrevo-te
Como se estivesse agora
Fora de mim
E os sentimentos
Não fossem difusos
E estas lágrimas
Não corressem confusas
E o meu coração
Não batesse por ti.

E neste engano envolvente
Do que de errado sinto mais honroso
Guardo nestas linhas um segredo
Feito de teimosia permanente
A roçar o triste e tenobroso
Sentimento que é o medo.

1 comentário:

The Bride disse...

Lindo Lili!
Maravilhosamente lindo!
Amo.
uma coisa é certa e garantida: por mais anos que passem nunca serei minimamente indiferente á tua sensibildade de alma de poeta.

Um beijo.
Cris.